Entenda como os criminosos que se passam por advogados estão agindo para aplicar golpes no PR

 Entenda como os criminosos que se passam por advogados estão agindo para aplicar golpes no PR

Foto: Reprodução Blog

A OAB Cascavel (Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção de Cascavel) reforçou o alerta à população sobre o golpe do falso advogado. A atenção redobrada é especialmente necessária para quem tem ações judiciais em andamento, pois a tentativa de estelionato ocorre em todas as áreas do direito. 

Como os golpistas agem

Os criminosos se passam por advogados ou suas equipes, usando fotos e informações de profissionais disponíveis em sites de escritórios. Alegam que o cliente tem valores a receber de ações judiciais, fornecendo detalhes como número do processo, nomes das partes envolvidas e os valores devidos – todas informações que são acessíveis publicamente em sites dos tribunais. Com dados em mãos, solicitam um PIX para antecipar a liberação de supostos valores de uma ação. Mas é justamente aí que é preciso ter atenção, pois esta não é uma prática usada pelos escritórios de advocacia.

“Escritórios sérios não pedem antecipação de valores por mensagem. Novidades sobre processos são discutidas pessoalmente, então a dica é nunca pagar nada e nem fornecer documentos sem antes esclarecer a dúvida com o escritório”, orienta o ethical hacker Fernando Athayde, da Comissão de Direito Digital da OAB Cascavel, que trabalha com cibersegurança e segurança da informação.

Recentemente, o escritório Honjo e Constantino Advogados Associados foi um dos alvos dos golpistas. O advogado Fábio Moreira Constantino, cuja imagem e informações foram indevidamente utilizadas, alerta para a sofisticação do golpe. 

“Eles entram em contato com os clientes, utilizando minha foto e afirmam ser do nosso escritório. Informam que o cliente tem um valor a receber de uma ação e solicitam um depósito para liberar o crédito. Felizmente, nenhum cliente do escritório caiu no golpe até o momento, pois constantemente reforçamos as orientações”, relata. 

Além disso, os valores que os golpistas normalmente pedem e que estão supostamente relacionados à ação não são os reais que ela tem para receber. 

“Isso porque, às vezes o processo está em fase inicial ou fase recursal ainda, então não significa que é o que realmente o cliente tem a receber”, reforça dr Fábio Constantino. 

Fique atento

Athayde explica que vários escritórios passaram pelo mesmo problema. Mas muitas vezes os golpistas não clonam o aplicativo; apenas usam a foto da vítima para aplicar o golpe. Coletam informações públicas de websites de escritórios de advocacia, sites dos tribunais, e se passam pelo advogado da vítima. Caso o cliente não esteja bem orientado, pode acabar facilmente fazendo pagamentos indevidos.

Como a utilização fraudulenta de meios para tomar controle de qualquer aplicativo, incluindo o WhatsApp, é uma ação criminosa e deve ser tratada como tal, a OAB Cascavel orienta acionar a polícia e sua capacidade investigativa para encontrar e punir o falsário.

Em caso de ter o nome usado pelos golpistas, a orientação é notificar os contatos, evitando que o falsário cause maiores danos, bem como registrar um Boletim de Ocorrência. Além disso, há um aspecto civil, pois a lesão patrimonial ou moral causada pela invasão deve ser avaliada de acordo. Nesse caso, recomenda-se a assessoria de um advogado para representar as vítimas de crimes cibernéticos.

“Aos advogados, é indispensável manter contato regular com clientes, informando sobre esses golpes. Comunicações devem ser pessoais ou por número pré-definido. Aos clientes, sempre orientamos verificar com o advogado, de preferência pessoalmente, sobre custas e adiantamentos”, orienta o presidente da OAB Cascavel, Alex Gallio.

De acordo com ele, a entidade se mantém alerta para atualizar e orientar a advocacia e a comunidade.

“É importante saber reconhecer este tipo de golpe e orientar familiares, principalmente idosos, que são mais vulneráveis a este tipo de ação”, finaliza.

Fonte: Assessoria

Redação DV Agora

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