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Alunos de escola indígena criam solução sustentável com bambu após aulas de robótica

Um grupo de alunos do Colégio Estadual Rural Indígena Rio das Cobras, na comunidade da Terra Indígena Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, no Centro-Sul do Estado, desenvolveu um projeto de aquecimento e filtragem de água que utiliza o bambu, uma matéria-prima renovável e abundante na região, com excelentes propriedades térmicas e estruturais. O trabalho é desenvolvido sob a supervisão do professor Mauro Rafael Silva, de Robótica – Primeiros Passos.

Inspirado nos aquecedores solares instalados nos telhados, o projeto canaliza a água através do bambu, aquecendo-a com energia solar, enquanto um sistema de filtragem com camadas de areia grossa, areia fina, carvão e algodão remove impurezas e torna a água potável. “O objetivo do projeto é não somente garantir acesso à água quente e potável, mas também promover o uso sustentável dos recursos hídricos locais”, diz o professor.

A ideia foi concebida a partir das aulas de Robótica e Desenvolvimento Computacional implementadas na rede estadual do Paraná a partir de 2019. Elas permitiram aos estudantes adquirirem conhecimento para desenvolver boas práticas associadas ao uso de materiais da natureza para contribuir com suas comunidades.

“Depois que fizemos testes rigorosos, o projeto demonstrou ser uma solução prática, de baixo impacto ambiental e com potencial para trazer benefícios permanentes à comunidade, reforçando nossa preocupação com o meio ambiente e incentivando o uso responsável dos recursos que temos em grande quantidade”, explica Silva. Ele também lembrou que o projeto instalou sensores de nível de água e temperatura, que ajudam a monitorar, em tempo real, o sistema da Aldeia Rio das Cobras.

O bambu foi escolhido por ser uma matéria-prima abundante na região Centro-Sul, e identificado como alternativa promissora para a construção de um sistema de aquecimento de água, dadas as suas excelentes propriedades térmicas, além de ser renovável e de rápido crescimento. “Para a gente monitorar o aquecimento, usamos os sensores de nível de água para medir a quantidade disponível, e sensores de temperatura para o controle do aquecimento”, afirma Ana Caroline Kafej Bernardo, uma das autoras do projeto.

“Foi com base em observações da comunidade que identificamos o bambu como uma matéria-prima ideal para soluções de aquecimento e filtragem de água”, acrescenta a colega de projeto, Tuani Gavygso Dias.

E foi necessário realizar uma série de testes para fazer o projeto dar certo. Além dos sensores, o grupo usou placa de prototipagem, leds, resistores, jumpers, canos e garrafas pet. Com os testes, foi possível observar a eficiência do sistema da filtragem em diferentes climas com o intuito de não solucionar apenas as necessidades imediatas, mas também promover sustentabilidade e uso eficiente dos recursos naturais, com materiais acessíveis para desenvolver soluções com impacto positivo e duradouro.

Enquanto o projeto ainda não é implantado de maneira efetiva, estudantes e professor trabalham em conjunto para aprimorá-lo. Eles buscam ainda criar novas formas de integrar os recursos naturais da floresta com as habilidades tecnológicas adquiridas nas aulas de Robótica, visando sempre aliar preservação e inovação. “O apoio técnico do professor Mauro Rafael durante as aulas de Robótica, fortalecendo a base prática do projeto, foi fundamental”, reforça outra aluna do grupo, Samara Fingre Lourenço.

EDUCAÇÃO CONECTADA – Do ensino regular nos grandes e pequenos municípios até as escolas de Educação Integral, Educação Profissional, Educação Especial, Colégios Agrícolas, Colégios Florestais, Escolas do Campo, Escolas Quilombolas e Indígenas, a rede estadual de educação do Paraná tem conectividade em 100% das instituições, o que permite o avanço de projetos com Robótica.

“Todas as nossas escolas contam com acesso à internet, sendo que em 84% delas essa conexão ocorre por meio de fibra ótica e em 16% por satélite. É um investimento grande do Governo para manter os nossos alunos sempre atualizados e com oportunidades de desenvolverem trabalhos inovadores como este, que é um misto de inovação e sustentabilidade”, enfatiza o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda.

As salas de aula da rede estadual paranaense também são equipadas com Kits Multimídia, os chamados Educatrons (aparelhos de TV de 43 polegadas; webcams, computadores e pedestais); notebooks e tablets, que são auxiliares não apenas nos componentes da área, mas em todos os conteúdos que envolvem a tecnologia e a inovação.

Fonte: Agência Brasil

Redação DV Agora

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