Amigos próximos revelam tudo sobre os últimos momentos com Jô Soares em documentário
Depois de 60 anos de profissão, quase 15 mil entrevistados, cerca de 300 personagens e nove livros publicados.
“Disse: ‘Olha, eu vivi 84 anos, e vivi muito bem, fiz muita coisa nesses 84 anos. Eu não quero viver a qualquer preço, o que eu queria mesmo era ir para minha casa e morrer vendo os filmes antigos que eu gosto de ver”, conta Drauzio.Jô Soares estava no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com insuficiência cardíaca.
“‘Pô, Jô, você quer dirigir até a cena final?’ Ele riu na hora e falou: ‘Exatamente, eu quero dirigir a cena final’”.
Os últimos momentos com ele, contados pelos amigos mais próximos, são revelados em “Um Beijo do Gordo”. O documentário estreou neste domingo (28) no Globoplay e, em agosto, estará também no canal GNT.
“Quando a gente falava que a entrevista era sobre o Jô, o olho da pessoa brilhava e a pessoa já começava a reunir histórias boas para contar e tinha esse sentimento que pintou em todas as entrevistas que todo mundo queria falar da generosidade do Jô”, diz Renato XX.
“Ele tinha uma frase muito bonita: o humorista é antes de tudo um anarquista, ele tem que criticar o poder”, afirma Renato.
A partir de 1988, o Brasil passou a esperar até depois das 23h30 para ver o Jô e seus convidados. Está tudo no documentário.
“O Jô era muito leve. Ele era muito quietinho. O Jô nem roncava! A vida em casa… Ele era muito concentrado, trabalhava muito. Ficava no computador, pensando, lendo. A gente se encontrava pra morrer de rir, a gente gostava de ver filme”, conta Flavinha.
Quando o casamento de 14 anos chegou ao fim, eles continuaram felizes para sempre.
“E dali por diante a gente viveu cultuando esse amor que tinha um por outro e transformou… Nossa, foram tantos tipos de amor. Eu tenho orgulho também de mim, de ter feito parte desse projeto amoroso”. .
Nos últimos instantes, Jô Soares entendeu que não voltaria mais pra casa. A seu lado, tinha a Flávia, a cantora Zélia Duncan com quem a Flávia é casada, o médico Carlos Jardim, o doutor Drauzio. Morreu no dia 5 de agosto de 2022.
Coube à Flávia, depois de um bom tempo juntando coragem, a missão de voltar ao apartamento que guardava tantas histórias dos dois. O documentário a fez remexer, filmar, fotografar e catalogar cada lembrança.
Agora ela vai criar o “Instituto Jô Soares” para tornar público esse tesouro da memória brasileira. Na intimidade dela, vai ficar um pequeno amuleto feito das cinzas da cremação.
Essa história o Renato gostou. E ele me fez até contar a história, coisa que talvez eu não tivesse feito. Mas na emoção eu fiz.
“É uma pedrinha minúscula e eu vou fazer não sei bem o quê, mas um talismã, alguma coisa, um diamantezinho, eu mostro no documentário. Eu fiquei muito feliz de ter feito isso”.
Fonte: G1