Casal de Joinville é morto por facção após assassinar trabalhador
Imagem Jornal Razão
O caso que chocou Joinville e todo o Norte de Santa Catarina ganhou um novo desfecho nesta sexta-feira (24). O casal Maria Rafaela Pereira, de 23 anos, e Natan Luchini Neves, de 28, encontrado morto em uma área de mangue no bairro Comasa, teria sido executado por uma facção criminosa após mentir sobre o crime que resultou na morte do motorista de aplicativo Edson Nazário, de 56 anos.
De acordo com a Polícia Civil, o casal era o principal suspeito do latrocínio (roubo seguido de morte) de Edson, ocorrido no dia 17 de outubro, e estava desaparecido desde o crime. As investigações apontam que, após o assassinato, Maria Rafaela e Natan tentaram negociar o carro e o celular da vítima em um ponto de tráfico no bairro João Costa, mas mentiram à facção, dizendo que o veículo era fruto de um golpe contra uma seguradora, e não de um homicídio.
Essa mentira teria despertado a ira dos criminosos, que desconfiaram da versão e decidiram sequestrar o casal. Conforme o delegado Rafaello Ross, os dois foram capturados na terça-feira (21), no bairro Iririú, e levados para um cativeiro no bairro Comasa, onde foram torturados e assassinados com cortes profundos no pescoço.
Os corpos foram encontrados três dias depois, na tarde de sexta-feira (24), por um morador que percebeu marcas de escavação no mangue e acionou a Polícia Militar. As equipes constataram que as vítimas estavam amarradas e parcialmente enterradas em uma cova rasa. A área foi isolada e a Polícia Científica fez a remoção.
Segundo o delegado Murilo Batalha, responsável pelo primeiro caso, Edson Nazário saiu de casa por volta das 6h do dia 17 de outubro para orar em uma área de mata no bairro Aventureiro, onde costumava fazer suas orações matinais. No local, ele teria encontrado o casal, que havia passado a noite consumindo álcool e drogas.
Os suspeitos se incomodaram com a presença do motorista e anunciaram um assalto. Edson não reagiu, mas teve as mãos e os pés amarrados e foi morto por asfixia, após ser imobilizado com um mata-leão. O casal ainda fez uma transferência bancária via celular da vítima antes de fugir.
Durante cinco dias, Edson permaneceu desaparecido até ser encontrado morto no dia 20 de outubro. Natural de Salto do Lontra (PR), ele vivia há anos em Joinville, era motorista de aplicativo e muito conhecido por sua fé, gentileza e dedicação à família.
O Departamento de Investigações Criminais (DIC) de Joinville agora conduz o inquérito para identificar os autores e mandantes do duplo homicídio. Um homem de 56 anos chegou a ser preso em flagrante durante as buscas, mas a Polícia Civil ainda não confirma se ele participou diretamente das execuções.
A Polícia Científica analisa os laudos para confirmar as causas das mortes. A principal linha de investigação é de que o casal tenha sido morto como forma de punição interna da facção, após gerar “tumulto” e exposição policial na região ao tentar esconder a verdade sobre o assassinato do motorista
A sequência de crimes expôs a brutalidade e o alcance das facções em Joinville, onde três mortes em menos de dez dias agora estão sob investigação.
Fonte: Jornal Razão