Foto: Getty Images via BBC
A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem até R$ 5 mil por mês deve injetar recursos na economia, dizem especialistas. Os analistas explicam que as pessoas que se beneficiarão com a medida são as com renda menor, vista como mais propensa a gastar.
Isso estimula o Produto Interno Bruto (PIB), mas, por outro lado, pode pressionar a inflação e impactar na taxa de juros, avaliaram economistas.
🔎 Aprovada por unanimidade na Câmara dos Deputados nesta semana, a proposta, enviada pelo governo, ainda tem de passar pelo crivo do Senado Federal para ter validade em 2026.
Além da isenção, haverá redução do imposto pago para quem recebe até R$ 7.350 por mês, beneficiará cerca de 15 milhões de pessoas – que deixarão de pagar imposto, ou pagarão menos.
Impacto na atividade
Para André Valério, economista sênior do Inter, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês pode ser visto como um “grande choque positivo de renda disponível”.
“Com essa proposta, cerca de 65% dos declarantes de imposto de renda estão isentos de contribuir, com nossa estimativa sugerindo uma transferência de renda na casa dos R$ 32,8 bilhões [em 2026] para os consumidores, que, terão, portanto, essa renda extra para usufruir, com boa parte desse valor sendo redirecionado ao consumo”, disse.
👉🏽 Ele disse esperar que os setores que mais se beneficiem sejam o de educação, serviços pessoais e higiene e cuidados pessoais.
Leonardo Costa observou que o ganho de renda concentra-se em faixas médio-baixas e médias formais, onde a propensão a consumir é alta. Ele estimou que o impulso é positivo e transitório, ajudando o “carregamento” do PIB para 2026, de 0,1 a 0,2 ponto percentual em 12 meses.
“Espera-se impulso ao consumo corrente ao longo de 2026, com maior tração em supermercados e alimentos, farmácias e higiene, serviços pessoais e de proximidade, restaurantes e transporte/telecom, além de itens semiduráveis. Bens duráveis podem reagir, mas o efeito é contido enquanto o juro real seguir elevado”, avalia.
Efeito na inflação e nos juros
Para Valério, ao elevar os gastos da população e o nível de atividade, a medida também pressiona a inflação. Ele avaliou, porém, que o resultado dependerá de sua interação com o restante da economia.
Leonardo Costa acredita que o efeito sobre a inflação será mais visível em serviços.
André Valério avalia que, em uma hipótese de diminuição de consumo dos mais ricos, fonte de compensação para a isenção até R$ 5 mil, a arrecadação pode vir abaixo do previsto, e, com isso, acabar não compensando totalmente a perda de receita com a ampliação da faixa de isenção.
“Nesse caso, teríamos um aumento na percepção do risco fiscal que já é elevado, com as taxas de juros de mercado e a taxa de câmbio exigindo um prêmio de risco maior [juros e dólar mais altos, pelo impacto negativo nas contas públicas], o que pode retirar parte do estímulo econômico da medida”, disse.
Em sua visão, o aumento de gastos vai contra o objetivo da política de juros do Banco Central, de frear o ritmo crescimento da economia para conter a alta de preços, mas avalia que o atual patamar da taxa Selic, o maior em quase 20 anos, é suficiente para buscar o atingimento das metas de inflação.
“Porém, é uma medida que pode tornar o Copom ainda mais cauteloso sobre como proceder nas próximas reuniões. Ainda assim, esperamos que o Copom inicie o ciclo de corte nos juros na reunião de janeiro”, conclui.
Mercado de trabalho
Para Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, as mudanças no IR, com isenção até R$ 5 mil e taxação dos mais ricos, farão com nas empresas tenham de se adaptar a um cenário de maior complexidade e revisar contratos, benefícios e estruturas internas.
“A elevação da faixa de isenção do IR exige que empresas revisem custos trabalhistas e incentivos fiscais para preservar margens. […] A maior taxação sobre altas rendas deve acelerar ajustes societários e reestruturações patrimoniais. Manter performance dependerá de eficiência operacional e disciplina tributária”, disse.
Fonte – G1
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