A variedade de tipos de leite pode gerar dúvidas ao consumidor na hora da compra. Afinal, quais as diferenças do integral para o desnatado? Ou entre o “longa vida” e aqueles que devem obrigatoriamente ficar na geladeira?
Para ser considerado integral, o leite não passa pelo processo de redução de matéria gorda e contém pelo menos 3% de gordura.
É indicado para quem não tem restrição calórica nem problemas como colesterol alto, já que preserva as gorduras originais do leite. Justamente por isso, oferece mais saciedade e pode ser a opção ideal na cozinha, pois contribui para que as receitas fiquem mais cremosas e encorpadas.
Esse leite passa por um processo de redução parcial da gordura, contendo uma variação de 0,6% a 2,9% do nutriente. É o “meio termo” entre o integral e o desnatado, sendo indicado para quem precisa reduzir a ingestão de calorias, mas não quer abrir mão da consistência e do sabor do leite.
O leite desnatado tem uma redução quase total das gorduras, podendo ter no máximo 0,5% na composição. Esse processo, além de deixar o produto com uma consistência mais aguada, pode retirar vitaminas importantes, já que algumas dessas substâncias são lipossolúveis, sendo carregadas pela gordura.
É uma opção indicada para quem realmente precisa restringir a ingestão calórica ou diminuir a quantidade de gordura na alimentação.
Durante a industrialização, o produto pode sofrer alterações a partir da quebra do açúcar do leite, a lactose, com a ajuda da enzima chamada lactase. Nesse processo, a lactose se divide em dois açúcares, a glicose e a galactose, tornando o produto mais doce.
Esse tipo é recomendado somente para quem tem intolerância à lactose, ou seja, para aqueles que não produzem ou produzem a lactase em pouca quantidade.
Quem tem deficiência em produzir a enzima pode sofrer com inchaço abdominal, gases e diarreia ao consumir o leite tradicional. Importante ressaltar que o leite sem lactose não é um leite light, não sendo indicado para quem tem diabetes, por exemplo.
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Leite passa por tratamento térmico para a destruição microbiana — Foto: Freepik
Outra característica que deve ser observada na hora da compra e consumo do leite é o tipo de tratamento térmico a que o alimento é submetido para a destruição microbiana.
O leite pasteurizado passa pelo processo chamado de HTST, na sigla em inglês, ou Alta Temperatura, Curto Tempo, em tradução livre. A técnica submete o líquido a temperaturas entre 72ºC e 75ºC por um período de 15 a 20 segundos.
Com isso, microrganismos capazes de fazer mal à saúde são destruídos. Porém, alguns microrganismos do próprio organismo da vaca podem sobreviver no alimento e deteriorar o produto. Por isso, todo leite pasteurizado deve ser armazenado sob refrigeração a no máximo 4ºC.
O pasteurizado possui características sensoriais mais próximas às do leite cru, porém, apresenta um prazo de validade menor, em torno de 15 dias.
Apesar de ser propagado que o leite pasteurizado é melhor para a flora intestinal, por conter os chamados probióticos, ou as bactérias benéficas ao intestino, isso nem sempre é verdade.
Para ter efeito probiótico, o leite tem que conter uma quantidade mínima de probióticos de 1 milhão de células por mililitro. No entanto, de 95% a 99% da microbiota são destruídos na pasteurização. Além disso, nem todas as bactérias que estão no leite cru possuem características probióticas.
Então, em resumo, a professora explica que o leite pasteurizado pode ser mais recomendado para quem aprecia um produto que preserve o sabor e a consistência do leite natural e não tenha problemas em consumi-lo mais rapidamente.
Os chamados leites longa vida passam por uma esterilização, também conhecida como UHT, ou Temperatura Ultra Alta, em tradução livre.
Esse é um tratamento térmico mais intenso, em que o leite é submetido a temperaturas entre 130ºC a 140ºC por no máximo 6 segundos. Na sequência, o líquido é imediatamente resfriado abaixo de 32°C e envasado em embalagens formadas por 6 camadas que impedem o contato do leite com luz, água e microrganismos.
Tanto pelo processamento térmico – capaz de destruir toda microbiota que possa estar presente no leite cru – quanto pela embalagem, o leite esterilizado tem um prazo de validade mais longo em relação ao pasteurizado, com uma vida útil entre 3 a 4 meses.
Assim como o pasteurizado, o leite UHT é voltado para qualquer público, com ou sem necessidades alimentares especiais. O que mais interfere aqui é o período de armazenamento, a melhor opção para famílias que costumam comprar o produto em quantidades maiores.
Também dentro da geladeira do supermercado, ao lado de outros leites pasteurizados, o consumidor pode encontrar o chamado leite A, um produto tido como premium por contar com padrões mais rigorosos desde o rebanho até a produção, a qual deve ser feita dentro da propriedade, sem a necessidade de transportar o leite para uma unidade de processamento externa.
Outra classificação, essa um pouco mais recente, é a do leite A2, indicado para quem tem alergia à caseína, a principal proteína do leite. Ele é produzido por vacas com a genética A2A2 na produção de beta-caseína. Neste caso, o produto também é vendido em caixinhas.
Enquanto a primeira opção é recomendada para consumidores mais exigentes, a segunda é mais indicada para pessoas com restrições alimentares.
Fonte: G1 Paraná
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