”Eu ia morrer sufocado” diz trabalhador que ficou soterrado em silo de soja no Paraná ao reencontrar bombeiros que salvaram a vida dele
Quase uma semana após ficar soterrado em um silo de soja, o trabalhador Joaquim Pereira de Souza, de 64 anos, reencontrou os bombeiros que trabalharam no resgate dele. Souza visitou o batalhão da corporação na manhã desta terça-feira (10) e se emocionou com o encontro.
“Os Bombeiros foram muitos guerreiros, né?! Me aplicaram remédio para aliviar um pouco da dor, e foi onde que graças a Deus não aconteceu nada. […] Eu ia morrer sufocado”, diz.
O resgate de Souza durou aproximadamente 8 horas. Durante todo esse tempo, o cabo Johnny, que foi o primeiro a chegar ao local, ficou segurando na mão de Souza.
“Esse final feliz era o que a gente mais queria, então a gente imaginava isso desde o momento em que a gente chegou lá: em poder tirar ele. Em alguns momentos a gente passa por algumas dúvidas, mas eu me apegava em Deus e pedia para que Deus nos desse força pra que a gente pudesse tirar ele de lá”, desabafou o cabo.
Souza e outros dois trabalhadores caíram em um silo de grãos de soja da empresa C.Vale, localizada na PR-317, em Maringá. O acidente aconteceu na manhã de quarta-feira (4).
Além da dificuldade em chegar até Souza, os bombeiros tiveram que lidar também com o risco de mais grãos desmoronarem.
Para o resgate, um equipamento desenvolvido pelo próprio Corpo de Bombeiros ajudou a facilitar os trabalhos. Feito com placas de metal, o objeto isolou Souza e impediu que mais soja caísse sobre ele.
Além do equipamento, dois fatores colaboraram para que a história de Souza tivesse um final feliz: ele ter abaixado o capacete e mantido um braço erguido quando ficou soterrado.
“[Fiquei] Com uma mão erguida aqui para cima e [com a] outra mão eu abaixei o capacete para soja não vir muito na minha boca. […] O capacete ajudou muito, porque tava entrando coisa pela boca. Se não, eu ia morrer sufocado”, explica.
Ao chegar no local, os bombeiros começaram o resgate liberando o rosto do trabalhador e dando a ele uma máscara de oxigênio, para que ele pudesse respirar melhor enquanto eram realizadas as manobras de resgate.
Em nota enviada no dia do acidente, a C.Vale afirmou que se tratou de um acidente de trabalho e que os três trabalhadores e os familiares deles “vão receber assistência da cooperativa”.
Fonte: G1