Mulher denuncia hospital após permanecer dois dias com bebê morto no ventre
Arquivo Jornal Razão
Uma gestante viveu um verdadeiro pesadelo após perder o bebê e, mesmo com fortes dores, ser expulsa do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí. O caso, relatado pela própria paciente nas redes sociais, gerou comoção e revolta em Santa Catarina.
Segundo o relato, a mulher percebeu na quinta-feira que a filha, Maria Clara, havia parado de se mexer. No sábado, sem sentir os movimentos fetais, tentou ouvir o coração da bebê com um aparelho doméstico, mas não encontrou batimentos. Desesperada, procurou o Hospital de Navegantes, onde foi atendida pelo médico Vinícius.
Com empatia, o profissional explicou que o hospital não teria como emitir o laudo de óbito fetal no fim de semana e orientou que ela procurasse o Hospital Marieta ou realizasse um ultrassom particular na segunda-feira.
Buscando o melhor atendimento, ela foi até o Hospital Marieta, mas recebeu a mesma informação: não havia equipe disponível. Na segunda-feira, retornou ao local às 7h30 e passou horas esperando atendimento, mesmo relatando dor e fraqueza.
“Fiquei em jejum desde cedo, com dor e um líquido com cheiro forte. Perguntei várias vezes sobre o ultrassom e ninguém sabia me responder. Cada hora era uma desculpa diferente”, contou.
Após mais de cinco horas, o ultrassom confirmou o óbito da bebê. Mesmo assim, ela afirma que foi tratada com frieza e desrespeito. “Pedi um leito para deitar e a médica disse que só havia vaga junto com uma mãe ouvindo o coração do bebê. Eu chorei, e elas debocharam”, relatou.
O episódio mais revoltante aconteceu logo depois. A mulher diz que foi impedida de ser internada e expulsa do hospital, sob a alegação de que teria “destratado” a equipe. “Me entregaram o laudo e mandaram eu ir embora para Navegantes. Falaram que não eram obrigados a me atender. Eu saí chorando, cansada, com dor, e ainda escoltada por um segurança.”
Sem alternativa, ela voltou ao Hospital de Navegantes, onde o contraste foi imediato. “Assim que cheguei, me colocaram pulseira de urgência e me internaram em um quarto isolado, longe das grávidas. As enfermeiras e os médicos foram anjos, choraram comigo e me trataram com respeito”, contou emocionada.
O caso, que será investigado, gerou indignação nas redes sociais e expôs a falta de empatia e comunicação dentro do sistema público de saúde.
Até o momento, o Hospital Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí, não se manifestou oficialmente sobre a denúncia.
Fonte: Jornal Razão