Paciente realiza crochê enquanto passa por cirurgia de tumor cerebral no PR
Catve
A Elidamaris fez a cirurgia no dia 7 de novembro e a recuperação é tão surpreendente quanto o método inédito realizado na Uopeccan. Trata-se da craniotomia, ou seja, ela ficou acordada durante todo período da cirurgia que durou cerca de três horas. Acordada e fazendo croché, conforme as imagens publicadas pelo hospital.
É uma operação indicada para a retirada de tumores cerebrais localizados perto das áreas que controlam a fala, a visão e os movimentos do corpo. A novidade chegou por meio do neurocirurgião Bruno Amorim, que há três anos está em Cascavel. Formado pela Universidade Federal do Maranhão, o médico fez especialização em São Paulo.
“Com o paciente acordado com o cérebro a nossa disposição, nós utilizamos alguns eletrodos e alguns estímulos elétricos durante os testes. Nós fizemos um verdadeiro mapeamento de cada uma das áreas da superfície do cérebro, dessa forma conseguimos identificar cada função ainda que ela tenha sido modificada pelo tumor”, explicou o médico.
Ainda segundo o médico, o tumor estava localizado em uma área de fala, mas o inchaço também pegava outra área com outras funções, por conta disso tiveram a ideia de fazer os testes com o crochê para controlar e zerar as chances de ter uma sequela.
O método é considerado tranquilo e com menos sequelas, mas só acontece após uma análise minuciosa do cirurgião e de acordo com o paciente, para garantir o bem-estar.
“Quando nós operamos lesões que o paciente está dormindo, que está realmente anestesiado, infelizmente a gente corre o risco de descobrir que o paciente teve uma sequela quando ele acorda. Então de certa forma, eu acredito que passa uma segurança para o paciente ele estar sendo testado durante todo o procedimento. Porque o paciente só volta a dormir quando se encerra a parte principal da cirurgia, que é a retirada do tumor”, explicou o neurocirurgião.
Elidamaris tem 46 anos e há três faz tratamento contra o câncer de mama. A cada três meses faz exames para saber o estágio da doença. Em outubro veio a surpresa quando descobriu que tinha um tumor no cérebro. Foi aí que o Doutor Bruno entrou em ação, sugerindo o procedimento.
“A gente não sente a movimentação, pelo menos eu não, eu estava ali entretida fazendo as coisas e conversando. Foi tão tranquilo”, detalhou Elidamaris.
A moradora de Corbélia vai seguir com o tratamento de radioterapia, mas de acordo com o médico, a lesão no cérebro não existe mais, mas deve continuar fazendo o tratamento. Confiança na equipe médica e apoio da família.
“Estar hoje com minha família, com meus amigos maravilhosos que me ajudaram muito. Sem eles não sei o que eu faria, é a minha força, minha fortaleza, meus amigos e minha família”, relatou a paciente.
Fonte: CATVE