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Paraná se destaca em eventos de cafés especiais em 2025

A temporada 2025 de eventos da cafeicultura paranaense confirmou o Estado como referência em bebida de alta qualidade. Mesmo sem ocupar mais o topo da produção nacional, como ocorria na década de 1960 e início dos anos 1970, o Paraná se afirma hoje como um dos principais polos brasileiros de cafés especiais.

Para além de movimentar todos os elos da cadeia produtiva, iniciativas como a Ficafé (Jacarezinho), o Encontro de Cafeicultores de Mandaguari, a Fecat (São Jerônimo da Serra), o Concurso Café das Mulheres do Vale do Ivaí (Ivaiporã), o Seminário de Cafés Especiais de Apucarana e, sobretudo, o 23º Concurso Café Qualidade Paraná evidenciaram também o impacto direto da pesquisa, extensão rural e assistência técnica no desempenho dos produtores e na evolução da qualidade da bebida.

Outro bom momento de 2025 foi a participação do Paraná na Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG). Esta é uma das maiores feiras do mundo dedicadas ao setor, conectando toda a cadeia cafeeira. O estado esteve presente com 15 produtores, servindo de vitrine para os cafés especiais produzidos no Estado.

O secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, destacou que a presença do Paraná na SIC reforça a imagem de um Estado que alia tradição e inovação na cafeicultura. “O Paraná, que já foi o maior produtor de café no Brasil, vem consolidando sua nova vocação, a produção de cafés especiais, com alto valor agregado. Essa participação foi uma oportunidade de mostrar ao país e ao mundo o resultado de um trabalho integrado entre governo, pesquisa e produtores”, afirmou Nunes.

MOMENTO ÚNICO – O diretor-presidente do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), Natalino Avance de Souza, avalia que a produção paranaense vive um momento único. “A cafeicultura é parte da nossa identidade. Hoje, com cafés premiados, cultivares próprias e famílias orgulhosas de seu produto, mostramos que o Paraná não precisa ser o maior para ser o melhor. A pesquisa e a extensão rural mudaram a qualidade da nossa bebida e, junto, transformaram o futuro da atividade”, disse.

No Concurso Café Qualidade Paraná 2025, por exemplo, os 108 lotes finalistas — 80 da categoria natural e 28 processados pelo método cereja descascado — evidenciaram os atributos dos cafés paranaenses, de acordo com os “Q-graders” que participaram do julgamento. 

“Q-grader” é o profissional treinado e portador de um certificado internacional que o credencia a analisar aroma, sabor, corpo, acidez, doçura e outros atributos da bebida. Ele utiliza protocolos oficiais e dá notas que determinam o padrão de qualidade de um lote de café. Já com relação ao preparo dos lotes, o processamento natural, ou via seca, é o método em que os frutos são secados inteiros, enquanto no método cereja descascado, também chamado de via úmida, é retirada a polpa do grão antes da secagem.

Nesse certame, seis dos dez vencedores estaduais – ou dez do total de quinze premiados, se incluídos os campeões regionais – adotam cultivares desenvolvidas pelo IDR-Paraná, como IPR 100, IPR 106 e IPR 107. Esses materiais vêm se destacando pela estabilidade, produtividade e perfil sensorial da bebida, e são procurados também por produtores de outros Estados.

Com 70 mil pés distribuídos entre as cultivares IPR 100 e IPR 106, a campeã da categoria “café natural”, Flávia Guimarães da Silva Rosa, de Apucarana, decidiu entender, com precisão, “qual é o produto que produzo”. A resposta veio com técnica: colheita dos grãos no ponto certo, cuidado no terreiro, secagem controlada e um lote preparado com dedicação.

“Descobrir o potencial do café de Apucarana é muito gratificante. A assistência técnica do IDR-Paraná nos mostrou que a tecnologia agrega valor e fortalece a agricultura familiar”, afirmou a produtora. 

Para o engenheiro-agrônomo Marco Antônio Casini Sanches, extensionista do IDR-Paraná que assiste a cafeicultora Flávia Rosa, o desempenho dos produtores é reflexo direto da orientação técnica ao longo de todo o ciclo produtivo. “A assistência é contínua, desde adubação, manejo de solo, controle fitossanitário, ponto certo de colheita e preparação do lote. Quando o produtor segue a recomendação, a qualidade aparece”, explicou ele. 

PARANÁ – Atualmente a cafeicultura ocupa 25,4 mil hectares no Paraná, com uma produção anual estimada em 749 mil sacas beneficiadas e Valor Bruto de Produção de R$ 1,1 bilhão. A proporção oficial de cafés especiais não é conhecida, mas estimativas de mercado e de concursos indicam que uma parcela crescente,  possivelmente acima de 40% em algumas regiões, já apresenta qualidade especial ou superior.

A cafeicultura é desenvolvida em 180 municípios do Paraná, nos quais cerca de 80% das propriedades são da agricultura familiar.

Fonte: AEN

Redação DV Agora

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