Foto: Reprodução/Le Progrès/ND
Um político, um garoto de programa, uma câmera escondida e um quarto de hotel em Paris: essa foi a receita do escândalo que tomou as manchetes na França. Ao fim do julgamento no último dia 30, a Justiça francesa marcou o anúncio da sentença de Gaël Perdriau para 1º de dezembro. O prefeito de Saint-Étienne é acusado de criar uma armadilha para flagrar seu vice em momento de intimidade.
A chantagem com vídeo íntimo teria durado quase uma década. O vice-prefeito Gilles Artigues, 60 anos, não sabia que estava sendo filmado durante o ato sexual com outro homem em janeiro de 2015. Desde então, ele afirma ter vivido um “pesadelo”.
“Eu virei uma marionete”, contou a vítima ao tribunal de Lyon no mês passado, segundo o jornal Le Parisien. O flagrante representaria uma bomba na reputação de Artigues, que é católico e sempre se opôs ao casamento homossexual.
O caso que ficou conhecido pelos franceses como “chantagem à la sextape” foi revelado pelo jornal Mediapart em 2022. Gaël Perdriau, de 53 anos, responde pelos crimes de chantagem, associação criminosa e desvio de dinheiro público.
O julgamento durou uma semana e terminou na terça-feira (30), com o pedido da defesa pela absolvição. O prefeito alega jamais ter visto as imagens. Segundo seus advogados, Perdriau “nunca possuiu o vídeo e nenhum registro mostra que ele deu aval a essa abominável operação”.
A versão, porém, contradiz os depoimentos dos outros três réus envolvidos no escândalo. Os antigos aliados do prefeito confessaram a chantagem com vídeo íntimo e disseram ter agido sob consentimento dele.
Áudios gravados secretamente pela vítima, Gilles Artigues, também incriminam o prefeito de Saint-Étienne. Nas conversas, o réu ameaça divulgar um vídeo do vice: “Uma vez que sai nas redes, não é mais chantagem, é uma execução”, dispara.
Diante do tribunal, Gaël Perdriau reconheceu as declarações, mas reiterou sua inocência: “Uma ameaça, sim. Chantagem, não. Não havia contrapartida no que eu dizia”.
A procuradora Audrey Quey pediu pena de 5 anos de prisão, sendo 3 em regime fechado, além de 5 anos de inelegibilidade. “Gaël Perdriau é o decisor, aquele que tinha a mão na alavanca nuclear”, considerou.
Apesar das acusações, o prefeito de Saint-Étienne não abre mão do mandato. Eleito em 2015, ele já foi expulso do partido Les Républicains e anunciou que só deixaria o cargo se condenado, pois vê a renúncia como uma admissão de culpa.
Perdriau estaria por trás do esquema para atrair Artigues ao encontro com o profissional do sexo em um hotel de Paris, em 2015. O prefeito duvidava da lealdade do vice e a chantagem com vídeo íntimo serviria para conter suas ambições políticas.
Segundo a investigação, a prefeitura fez pagamentos que somam 40 mil euros (cerca de R$ 248 mil na cotação atual) para duas associações, que então repassaram os recursos públicos a um homem que admitiu participação no esquema.
ale ressaltar que as eleições municipais na França não são como no Brasil. Primeiro, a população elege o conselho municipal por voto direto. Em seguida, o próprio conselho escolhe o prefeito entre seus integrantes.
Os conselheiros também elegem os representantes adjuntos, entre eles o braço direito do gestor municipal, equivalente ao vice-prefeito no sistema brasileiro. Dessa forma, Perdriau e Artigues não compunham a mesma chapa, mas eram adversários que acabaram escolhidos para compor a administração municipal pelo conselho.
Fonte: ND mais
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