Foto: Ari Dias/AEN
“Quando me contaram que eu havia sido contemplada pelo programa, chorei muito. Foi a resposta de muitas orações”, conta Cristina Rosa Cristovam, de 47 anos, após receber a primeira parcela da Bolsa Cuidador. Ela faz parte do grupo dos primeiros paranaenses beneficiados pela legislação que valoriza o trabalho de cuidadores de idosos e de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Moradora de Cianorte, no Noroeste do Paraná, a analista de RH cuida em tempo integral dos pais, de 75 e 77 anos, há 18 meses. A pausa na vida profissional para se tornar cuidadora aconteceu após a mãe sofrer uma fratura no fêmur, perder a mobilidade e ser acometida por demência.
“Até então, eu tinha minha mãe lúcida, que cuidava do meu pai, diagnosticado com Alzheimer há cinco anos, cuidava da casa e resolvia tudo. Mas, depois da queda e com a demência, ela passou a precisar de ajuda 24 horas por dia”, detalha Cristina. “Em junho de 2024, tive que abrir mão da minha vida profissional para cuidar da minha mãe e do meu pai em tempo integral”.
Em um primeiro momento, ela contava com a ajuda de um cuidador profissional em meio período, além do apoio de familiares e vizinhos. Depois, com o fim da renda própria, precisou deixar o orgulho de lado e aceitar ajuda de parentes e conhecidos. “Tínhamos a aposentadoria do meu pai e da minha mãe, mas esse é um dinheiro deles. Nos momentos mais difíceis, chegaram doações e até fiz algumas rifas, mas eu precisava de uma ajuda contínua”, relata.
Diante da situação, a analista de RH procurou a Assistência Social do município. Na época, ainda não existia um programa voltado especificamente aos cuidadores, e o desafio continuou. Em outubro, o Governo do Paraná sancionou a Bolsa Cuidador, que concede meio salário mínimo a familiares que cuidam de idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade.
Assim que soube que Cianorte seria uma das cidades-piloto do projeto, Cristina realizou a inscrição. Algumas semanas depois, a boa notícia chegou. “Quando me chamaram no portão de casa e me disseram que eu havia sido contemplada, comecei a chorar. Isso voltou para mim, para a Cristina, em forma de dignidade e humanização”, conta emocionada. “Nossos pais nos educaram, alimentaram, deram amor e carinho, e agora estou retribuindo tudo isso. Esse benefício é um amparo.
BOLSA CUIDADOR – O programa integra a legislação Paraná Amigo da Pessoa Idosa e garante condições para assegurar recursos financeiros a familiares responsáveis pelo cuidado. O benefício, no valor de meio salário mínimo nacional, é concedido em parcelas mensais, sem excluir outros auxílios eventualmente recebidos pelo cuidador.
Para receber o benefício, o familiar precisa ter 18 anos ou mais, residir no mesmo domicílio da pessoa idosa, estar inscrito no CadÚnico com registro válido e atualizado e integrar família com renda per capita de até um salário mínimo nacional. Também é necessário declarar aptidão física e mental para a atividade. Já a pessoa idosa deve apresentar fragilidade clínico-funcional, segundo registro no Sistema de Informação da Pessoa Idosa do Paraná (SIPI/SESA), e não estar institucionalizada, além de estar incluída no Cadastro Único.
“O programa Bolsa Cuidador veio para coroar o ano de 2025. A política do cuidado é grandiosa porque garante autonomia e qualidade de vida. Muitas vezes, o cuidador fica invisível e perde vínculos sociais. O benefício é um reconhecimento, um apoio que faz diferença para quem cuida e para quem é cuidado”, afirma a secretária municipal de Assistência Social de Cianorte, Andressa Safira.
A implementação ocorre de forma gradual, a partir de um projeto-piloto. Neste primeiro momento, 20 cidades paranaenses oferecem o programa: Toledo, Francisco Beltrão, União da Vitória, Cianorte, Irati, Ivaiporã, Dois Vizinhos, Cascavel, São Mateus do Sul, Palmeira, Araucária, Ponta Grossa, Marialva, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Prudentópolis, Guarapuava, Guaratuba, Colombo e Pato Branco.
A seleção dos beneficiários é realizada pelos Núcleos Municipais de Cuidado. Cada município recebe 15 bolsas, totalizando 300 benefícios destinados a cuidadores familiares de pessoas idosas em situação de fragilidade e dependência.
“Dentro do programa, alcançamos famílias com mais de um idoso. Assim, a política pública conseguiu chegar a essa completude”, finaliza Andressa.
COMO PARTICIPAR – Para receber a Bolsa Cuidador, o familiar deve ter 18 anos ou mais, residir no mesmo domicílio da pessoa idosa, estar inscrito no CadÚnico com registro válido e atualizado e integrar uma família com renda per capita de até um salário mínimo nacional.
Já a pessoa idosa deve apresentar fragilidade clínico-funcional, conforme registro no Sistema de Informação da Pessoa Idosa do Paraná (SIPI/SESA), estar incluída no CadÚnico e não estar institucionalizada.
Fonte: AEN
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