O g1 teve acesso à troca de mensagens entre o jogador Luiz Henrique, do Botafogo e da seleção brasileira, e uma pessoa que o ameaça para ganhar dinheiro.
Pelo WhatsApp, o criminoso chega a passar o PIX para que o atleta faça o depósito em troca da não exposição de imagens e mensagens íntimas (leia as mensagens acima).
Raissa Cândida da Rocha foi presa em flagrante por tentar extorquir dinheiro do jogador, um dos heróis da conquista da Libertadores no último sábado (30). Ela é prima de Ana Carolina Andrade, ex-mulher do atacante, e de quem ele se separou recentemente. A polícia ainda apura o envolvimento de mais pessoas no crime.
Em mensagens de WhatsApp, Raíssa pede R$ 20 mil e, com a demora, passa a fazer as ameaças.
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Mulher é presa ao tentar extorquir R$ 20 mil de Luiz Henrique para não divulgar vídeos íntimos na véspera da final da Libertadores
“Manda o comprovante. Não demora pra fazer jogador”, escreve. Com a demora em responder, chega a ligar para Luiz Henrique e insiste: “Desistiu?”
O jogador responde: “Estou no treino. Já faço aí”.
Com a ausência da transferência, as mensagens vão ficando mais ameaçadoras.
“Ok jogador, não posso esperar mais não. Pessoal tá me cobrando aqui (…) Você tá pagando mesmo para ver. Tá gostando de sair na mídia (…) Eu não tenho nada a perder. Quem tem é você. Faz tua história de forma positiva. As coisas que eu tenho aqui de você só vai fazer você virar mais chacota ainda. Dito isso, os 20 mil na minha conta até amanhã até às 9h (SIC) ou você terá suas intimidades reveladas.”
Raissa Cândida da Rocha foi indiciada pelo crime de extorsão. Segundo a polícia, Raissa confessou o crime ao ser presa em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça na audiência de custódia.
De acordo com a polícia, a denúncia foi feita pela SAF do Botafogo no fim de setembro, e a Delegacia Antissequestro (DAS) iniciou as investigações.
O crime começou às vésperas do jogo contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro, quando um homem fez as mesmas ameaças e chegou a pedir R$ 40 mil.
As mensagens foram enviadas de um aparelho que, supostamente, pertencia ao ex-empresário do atleta Johnny Max, que chegou a prestar depoimento, negou as acusações e foi liberado.
No inquérito, o homem segue investigado. Em nota, o empresário alega inocência e diz que já prestou esclarecimentos (veja a íntegra no fim da reportagem).
Luiz Henrique comemora gol na final da Libertadores — Foto: André Moreira/Zimel Press/Estadão Conteúdo
No fim da manhã da última quinta-feira (29), quando Luiz Henrique estava na concentração para o jogo final da Libertadores, em Buenos Aires, o atleta voltou a receber ameaças.
As mensagens diziam que, se não fizesse um PIX de R$ 20 mil, as imagens e outras mensagens seriam colocadas nas redes sociais. Luiz Henrique respondeu e chegou a pedir um tempo, já que estava treinando.
“As tentativas de extorsão aconteciam antes de jogos decisivos, com o jogador concentrado, num momento psicológico importante. Então, havia um claro interesse em desestabilizar o atleta”, diz o delegado Carlos Eduardo Rangel.
Quando o jogador comunicou as novas tentativas de extorsão à direção da SAF, a Polícia Civil foi acionada novamente. Os agentes da DAS, então, orientaram o Botafogo a tirar o celular do atleta, para que ele não continuasse respondendo às chantagens, e aceleraram a investigação, descobrindo o usuário do telefone. Era um amigo da família da ex-mulher do jogador.
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Ao prestar depoimento na condição de testemunha, o homem explicou que uma parente havia pedido o número de sua conta, alegando que um dinheiro seria depositado por Luiz Henrique.
Na sexta de manhã (29), uma ação foi desencadeada para prender Raíssa Cândida da Costa, de 26 anos, que acabou capturada em flagrante em sua casa, em Duque de Caxias.
As investigações seguem em sigilo absoluto para identificação e prisão dos demais suspeitos envolvidos na organização criminosa.
Veja a nota do empresário Johnny Max:
“Em atenção às matérias divulgadas pelo grupo Globo hoje, esclarece-se que a prisão realizada pela delegacia anti-sequestro – DAS, no dia 29 de novembro do ano corrente, não tem qualquer relação com o empresario do jogador Luiz Henrique.
Em setembro de 2024, a SAF Botafogo noticiou a delegacia anti-sequestro – DAS, que o jogador Luiz Henrique estaria sofrendo extorsão por parte de pessoas mal-intencionadas. De forma equivoca, a SAF informou a delegacia que os áudios, solicitando valores indevidos em troca de não divulgar informações e fotos intimas do jogador, teria sido enviado do aparelho celular do Ex empresário.
A acusação foi rechaçada no momento em que JOHNNY MAX TEIXEIRA compareceu à delegacia anti-sequestro – DAS, disponibilizando todas as informações solicitadas pela autoridade policial, demostrando sua inocência nos fatos apurados. Fonte: G1
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